O Brasil é um país onde a mentira bem contada tem mais valor que a verdade dita com firmeza. A fala de Jerônimo Rodrigues foi, em sua essência, uma metáfora poderosa, uma imagem típica do discurso popular baiano: enterrar um tempo, um conceito, um comportamento que já não serve mais. Mas os que perderam o conforto com o fim do bolsonarismo resolveram se agarrar a essa fala como desculpa para um ataque coordenado. A intenção era clara: manchar a reputação de um governador que tem sido incômodo para os setores mais conservadores do país.
Jerônimo não sugeriu violência. Ele sugeriu encerramento. Enterrar, ali, é símbolo de superação, de renascimento, de virada de página. É uma forma de dizer: chega. Chega de ódio, chega de deboche com a dor alheia, chega de fingir que o povo aguenta mais quatro anos de abandono. Mas a elite não gosta quando o povo fala com autoridade. E menos ainda quando essa autoridade vem de alguém que não pede permissão para existir.
A criminalização de sua fala revela uma tentativa desesperada de deslegitimar uma liderança que cresce justamente por ser autêntica. Jerônimo não fala com eufemismos. Fala com a alma. E sua alma não aceita mais o silêncio. Ele fala por quem sofreu, por quem foi excluído, por quem ainda busca justiça. Sua fala é denúncia, é resistência, é gesto de fé.
E talvez seja exatamente isso que os incomode: um governador que governa com coragem, e não com cálculo.
